Hospital Regional ganhará novos medicos

Após a transferência dos médicos obstetras cedidos à Associação de Proteção à Maternidade e Infância (Apami) de São José do Mipibú para Natal,
a secretaria de Estado de Saúde Pública também transferiu nessa terça-feira (23), as mães e os últimos recém-nascidos da maternidade. A medida faz parte do remanejamento de profissionais nos hospitais regionais do Rio Grande do Norte, que objetivam a melhoria do atendimento na rede materno-infantil e acabar com a superlotação nas maternidades da capital.


Segundo o secretario de Saúde Pública do Estado (Sesap), Luiz Roberto Fonseca, o remanejamento já começou em João Câmara e São José do Mipibú. A intenção é fazer com que quatro hospitais dos seis hospitais regionais atendam de fato as demandas materno-infantis.
Ainda de acordo com o titular da Sesap, o grande fluxo de parturientes do interior para a capital são a grande causa da superlotação, já que os municípios tem condições de fazer os partos normais, mas continuam enviando pacientes para Natal. Ele explica ainda, que só devem ser encaminhados para as maternidades da capital os casos de média e alta complexidade.
A solução encontrada pela Sesap veio a tona após os casos de pacientes em leitos improvisados no meio dos corredores e falta de assistência adequada na Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC) e no Hospital Santa Catarina, que tiveram procedimentos realizados até no chão da unidade.
Tanto na Apami de São José de Mipibú, quanto o do serviço de obstetrícia no hospital de Canguaretama serão suspensos e a demanda dessas unidades será absorvida por um dos quatro hospitais regionais dentro nos próximos vinte dias.
Luiz Roberto Fonseca, disse que a APAMI funcionava em condições inadequadas, dando uma resposta insuficiente às demandas da população, motivo pelo qual metade dos pediatras da unidade pertencentes ao quadro da Sesap foram remanejados para o Hospital Regional de São José de Mipibu e os demais foram encaminhados para o Walfredo Gurgel, garantindo a assistência naquela unidade. Segundo o secretário, a instituição, em 2012, não chegava a fazer três partos por dia.
Os hospitais regionais que vão concentrar os médicos obstetras remanejados são o de João Câmara, São José de Mipibú, São Paulo do Potengi e Santo Antônio do Salto da Onça. Outra solução encontrada pela Sesap será ordenar a distribuição de insumos, que serão direcionados também para esses hospitais.
Em reunião com os municípios na última segunda-feira (22), ficou acertada ainda que eles criarão um consórcio para que as cidades de maior porte concentre as demandas das de menor porte.Além disso, a Sesap pretende encaminhar à Comissão Intergestores Bipartite (CIB) a sugestão para a criação de uma “Câmara de Compensação” entre os municípios, ou seja, em caso de invasão dos serviços, o Estado poderá realizar a transferência de recursos.
Isso será feito para que as unidades não fiquem no prejuízo, pois os municípios recebem recursos do Ministério da Saúde (MS) para os partos, mas não fazem o serviço e encaminham o paciente para outra cidade, o que acarreta uma sobrecarga na rede de maternidades de Natal.
O encerramento dos serviços da Apami causou revolta nos funcionários da Associação, segundo o presidente da instituição, Jorge Ferreira, a unidade vai precisar fechar para pagar as dívidas trabalhistas com a venda dos seus equipamentos. Já que  95% das receitas eram provenientes do SUS e 5% de procedimentos particulares.
FONTE: ne10