Sofia Coppola ganha o Leão de Ouro
Com uma lista de anúncios que tendia a premiar a ousadia e a linguagem cinematográfica testada em seus limites, o júri da 67 edição da Mostra Internacional de Cinema de Veneza acabou por entregar seu grande prêmio, o Leão de Ouro, a um nome ligado à indústria de Hollywood: Sofia Coppola.
"Somewhere", o irresistível filme da filha de Francis Ford Coppola, era, como eu disse no podcast levado ontem ao ar, um trabalho que, se não era memorável, tampouco dividia opiniões e tinha, por isso, grandes chances de conseguir a unanimidade. Foi o que aconteceu.
Não deixou de ser surpreendente, porém, que Sofia Coppola subisse ao palco que, minutos antes, parecia estar com a noite reservada para a ousadia, para aqueles que testaram os limites da linguagem cinematográfica.
Antes de chamar Sofia, Tarantino chamara o veterano diretor norte-americano Monte Hellman que, com "Road to Nowhere", discutia o próprio cinema. Também o polonês Jerzy Skolimowski, marginal por opção, e o espanhol Alex da la Iglesia, com o arrojado "Balada Triste de Trompeta" receberam prêmios do júri.
O Leão de Ouro para Sofia, não se sabe se pelo filme ou se pelo fato de Tarantino ter sido seu namorado, foi seguido de algumas vaias na plateia.
Hellman também é amigo do diretor. Foi Hellman quem, no início da carreira de Tarantino, bancou seu talento e produziu "Cães de Aluguel".