“Aqui é o coração do Brasil. Aqui quem não vive aqui não vive em lugar nenhum. Aqui quando a coisa está feia, nos outros lugares está morrendo de fome”, afirma um paulistano.
São Paulo do Potengi, Rio Grande do Norte.
“Aqui a gente dorme no batente da porta com os bolsos cheios de dinheiro e ninguém carrega”, afirma o morador.
A síntese da metrópole: “Você vê de tudo. São Paulo é a Praça da Sé.”
O resumo do vilarejo: “Aqui chama-se a Praça Cívica, a praça da matriz. Aqui é ponto principal de São Paulo do Potengi.”
Na Praça Cívica só há paulistanos do Potengi. “Nasci e me criei aqui”, conta um senhor.
Na Praça da Sé, cidadãos do mundo. Com nome e sobrenome: “Luiz da Cruz, nordestino da cabeça chata. Não tenho um traço de alemão nem de italiano mas sou nordestino sou o que eu sou.”
Mas pergunte aos paulistanos de qualquer praça: não importa se a cidade tem 10 milhões ou 15 mil habitantes.
“Está tudo defasado. Está tudo problemático”, diz um paulistano, da capital.
“Rapaz, falta tanta coisa. Se for começar aí enrola tudo”, concorda um paulistano, do Potengi.
Uma experiência de democracia viva acontece todos os dias. As contradições, os defeitos, as virtudes vão aparecendo da maneira mais radical possível. E aí não importa muito o tamanho da cidade, ou a quantidade de gente. Mesmo sem dar conta, o povo faz da sua convivência com a praça, um exercício de política.
“Você se encontra, você decide, você dialoga, então eu acredito que a praça cívica de uma cidade, principalmente a nossa, é o coração da cidade”, afirma um morador do Potengi.
“As coisas acontecem na praça, as discussões. A organização democrática é feita na praça”, confirma uma paulistana da capital.
É uma maneira de gostar mais da cidade. De listar as virtudes da cidade. E, sobretudo, de se gabar das virtudes da cidade. Porque cidadão na praça é povo fazendo política e declarações de amor...
“E gosto de São Paulo. Cidade muito maravilhosa, aqui é o coração do mundo!”
FONTE:jornalnacional.globo.com